Passageiros: análise sobre o filme
Na primeira semana do ano, estreou nos cinemas Passageiros (Passengers, 2017). Fui assistir, e deixo minhas impressões sobre o filme.

Se você estivesse sozinho em uma ilha, soubesse que passaria a vida inteira por lá e tivesse a opção de levar alguém, quem levaria? Esse é um dos questionamentos levantados em Passageiros.
A ilha – nesse caso – é uma espaçonave gigante, viajando a 50% da velocidade da luz, rumo a um planeta muito distante, levando uma grande população – todos em estado de hibernação – para povoar esse novo planeta.
A viagem duraria nada menos que 120 anos, mas por uma falha, um dos passageiros, James Preston (Chris Pratt), é acordado bem antes do previsto – faltando 90 anos para chegar ao destino, e sem poder voltar para a hibernação. Se você estivesse nessa situação, o que faria?
Tendo um ‘mundo’ inteiro viajando pelo espaço ao seu dispor, James optou por uma companhia. Aurora Lane (Jennifer Lawrence) é uma jornalista e escritora, e teria a missão de viver um ano nesse novo planeta e voltar para a Terra, para contar a experiência. Aurora é acordada por James, e vivem um romance.
A ficção científica traz à luz, também, esse dilema: e se você tivesse sua vida destruída, encurtada por outra pessoa em nome apenas de uma paixão? E se você tivesse que escolher entre voltar ao estado de hibernação – tendo de volta essa opção – e viver esse amor até a morte certa, o que escolheria?
Passageiros tem o grande trunfo de mostrar situações interessantes pelo espaço, como uma caminhada espacial e a possibilidade de ver, com os próprios olhos, o que há no gigantesco Universo; passear por bem perto a uma estrela parecida com o nosso Sol; e os desafios da comunicação no espaço, com mensagem que vagam pelo infinito e escuro espaço sideral e tardam até serem recebidas na Terra.
Me impressionou, ainda, o filme ser interessante mesmo com poucos personagens. Além do casal, apenas Gus (Laurence Fishburne) e Arthur (Michael Sheen) estão entre no enxuto elenco durante todo o enredo.
No entanto, Passageiros faz o espectador sentir o peso de suas quase duas horas de duração, com a primeira metade bastante tediosa. Outro pecado, ao meu ver, é presumir viagens espaciais tão demoradas – embora eu entenda que, caso contrário, o roteiro não se sustentaria.
Ao fim, tendo um casal como protagonista, Passageiros escancara mais romance que ficção científica em si.
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