13 Reasons Why: análise sobre a série da Netflix
Bastante atual, discutindo temas que estão diariamente entre os jovens, não é difícil entender o sucesso tão repentino.
Mal estreou, a primeira temporada de 13 Reasons Why (Os 13 Porquês no Brasil, 2017), série original do Netflix, já causou burburinho entre as redes sociais. Bastante atual, discutindo temas que estão diariamente entre os jovens, não é difícil entender o sucesso tão repentino. E a expectativa era grande, já que ela é adaptada do livro de igual título, de Jay Asher.

A receita para 13 Reasons Why tem como ingrediente uma certa quantidade de nostalgia, assim como Stranger Things – também original Netflix, com diversas referências aos anos 1980 e 1990.
Após o suicídio da amiga de escola e trabalho Hanna Baker (Katherine Langford), Clay Jensen (Dylan Minnette) encontra uma caixa, com diversas fitas cassete. Gravadas por Hanna, elas trazem os 13 motivos que a levaram ao ato contra a própria vida. Trazem também a revelação de um sentimento não resolvido, não correspondido por Clay.
O teor das fitas vai incomodar alguns dos colegas de escola da Hanna, mas é o amigo Tony (Christian Navarro) que vai amparar e guiar Clay na jornada.
Confesso que, ao início, não me empolguei muito com 13 Reasons Why: a dinâmica dela mais me lembrou aquelas séries do canal Boomerang, nos anos 2000, como Resgate do Voo 29 (Flight 29 Down) e Hellcats. Com Selena Gomez na produção, não fica muito complicado compreender que 13 Reasons Why foi elaborada para atender a um público específico.
Mas, para mim, a virada ocorre no nono episódio, quando os mistérios passam a ser esclarecidos e a ação começa a tomar conta da série.
13 Reasons Why toca em diversos assuntos presentes na sociedade, dos que merecem reflexão aos que nos impõem uma condição de observador mais sagaz do que nos cerca: mentiras, ética, homossexualidade, violência sexual, corrupção, tráfico e consumo de drogas, bullying, depressão, suicídio… algum desses temas está mais próximo a você?
O tema central da série me fez até questionar a publicação da análise da série, por me sentir muito envolvido com ela – para entender a referência, leia meu texto publicado em agosto de 2016. Ainda assim, acredito que o assunto merecia destaque.
Um ponto alto da série, na minha opinião, é sua fotografia. A forma como a mudança na temperatura da imagem de frio para quente nos transporta entre os flashbacks e ajuda o espectador a se ambientar no tempo dela, até aqueles menos acostumados com a linguagem.
13 Reasons Why é sinônimo de questionamento, de reflexão. Explora, expõe e destaca uma temática complicada, porém necessária: sim, é preciso falar de suicídio. E tenho visto entre as repercussões sobre a série muita gente presumir a culpa de um ou outro personagem. No fim, todos têm certa parcela de culpa, e a vítima sempre termina só.
E se você está precisando de ajuda ou apoio emocional, ligue para 141 ou 188. No Centro de Valorização da Vida (CVV), tem sempre alguém disposto a conversar.
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