Acordo espacial Brasil-Estados Unidos pode empacar com ameaça a quilombolas
Agora, remoção forçada de comunidades quilombolas preocupa não só a brasileiros, mas, também, aos americanos.

O remanejamento de comunidades quilombolas sempre foi um obstáculo às atividades do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, e, agora, com o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) assinado entre Brasil e Estados Unidos e a necessidade de expansão territorial do centro espacial, o assunto voltou ao debate, mas não por pressão brasileira, e, sim, por pressão norte-americana. É que, motivados por movimentos brasileiros, congressistas norte-americanos querem impedir seu governo de usar dinheiro público em um projeto que resulte na remoção à força da população local, conforme noticiou o canal Tilt, ligado ao portal UOL.
Em uma carta enviada ao Congresso americano, o senador Bernie Sanders e os deputados Deb Halaand, Hank Jonhson e Joaquin Castro solicitam que seja incluída, na proposta de orçamento para 2021 - que soma, só para a Defesa, US$ 750 bilhões, algo em torno de R$ 3 trilhões - , uma proibição a qualquer tipo de cooperação que resulte na retirada dos povos de suas terras.
(Em nenhuma circunstância), os dólares dos contribuintes dos Estados Unidos devem ser usados para realocar à força essas centenárias comunidades indígenas e quilombolas
Ao menos 800 famílias descendentes de quilombolas vivem na região de 20 mil hectares cobiçada pelo projeto espacial. Procurados pelo Tilt/UOL, Agência Espacial Brasileira (AEB) e Ministério da Defesa não quiseram comentar o caso.
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil (acervo)
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