Estudantes criam sensor de movimento para pessoas com deficiência visual

Projeto é semifinalista no programa Respostas para o Amanhã, e produz vibrações no braço quando surgem obstáculos, ajudando a pessoa a desviar.

Estudantes criam sensor de movimento para pessoas com deficiência visual

O Prêmio Respostas para o Amanhã, iniciativa global da Samsung que desafia alunos e professores da rede pública a desenvolverem soluções para problemas locais com experimentação científica e/ou tecnológica por meio da abordagem STEM (sigla, em inglês, para Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática), tem entre seus semifinalistas da edição atual um projeto que transforma um capacete de construção civil em sensor de movimentos para pessoas com deficiência visual. O protótipo foi feito por alunos da Escola Júlia Alenquer Fontenele, de Pindoretama, cidade com cerca de 20 mil habitantes, do Ceará.

A peça de equipamento de proteção individual (EPI) foi a base do protótipo, que está em ajustes e utilizará materiais simples em sua composição, como Papel Paraná (com espessura inferior a 2 milímetros), placas de espuma vinílica acetinada (EVA), sensor de infravermelho, bateria de 9 volts e cabo de alimentação. Um sensor detectará movimentações a dois metros de distância, com uma lógica similar à de sistemas de carros, mas, em vez de apito, um motor de corrente contínua faz com que o portador de deficiência visual seja avisado por uma vibração sentida em seu braço, como explica Igor Costa Cajaty, professor de química do ensino médio da escola e responsável pelo projeto, que leva o nome de Tecnologia Assistiva Acessível para Pessoas com Deficiência Visual (TAAPDV).

O capacete não terá só sensores na parte frontal, mas nas laterais, podendo detectar a presença de qualquer pessoa, animal ou objeto com tempo suficiente para que a pessoa possa ter uma reação rápida e conseguir parar. Um familiar de um dos alunos que integra o projeto enxerga parcialmente e nos inspirou, voluntariando-se para todos os testes. Nossa proposta é montar um sensor com materiais simples O objetivo é a pessoa com deficiência visual se locomover com mais facilidade utilizando um material de baixo custo

O Ceará, de onde vem o projeto, chama atenção nas semifinais desta sétima edição do Prêmio Respostas para o Amanhã. É o Estado com mais representantes entre os 20 que avançaram de fase no programa: seis (30% dos escolhidos).

Em sua sétima edição, o Prêmio Respostas para o Amanhã mobilizou 1,74 mil estudantes, 997 professores e 303 escolas públicas de diferentes cidades e Estados brasileiros. Foram avaliados 521 projetos, sendo 202 (38,8%) da região Sudeste, 174 (33,4%) do Nordeste, 81 (15,5%) do Norte, 37 (7,1%) do Centro-Oeste e 27 (5,2%) do Sul. Os temas mais explorados foram educação, infraestrutura urbana ou rural (com soluções para mobilidade e acessibilidade) e saúde (projetos envolvendo bem-estar, alimentação e combate à fome), como destaca Isabel Costa, gerente de cidadania corporativa da Samsung Brasil.

O Prêmio Respostas para o Amanhã é referência por estimular jovens de todo o país a desenvolverem soluções como a que encontramos nesse projeto de Pindoretama, no Ceará. O foco do programa em demandas sociais expõe toda a capacidade de transformação quando se trabalha juntando educação e inovação

Neste mês, serão anunciados os 10 finalistas, que receberão mentoria on-line para o desenvolvimento dos protótipos, e os vencedores nacionais e por júri popular serão conhecidos em novembro de 2020.

Com informações e foto da Samsung

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Sobre o autor: Jornalista profissional (DRT-MA nº 1.139), com ênfase em produção de conteúdo para Web, edição de fotos e vídeos e desenvolvimento de infográficos; com passagem pelas redações do Imirante.com e G1 no Maranhão; e vencedor, por dois anos (2014 e 2015), da etapa estadual do Prêmio Sebrae de Jornalismo, na categoria Webjornalismo. Saiba mais

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