Nasa aprova missões para compreender vento solar e explosões solares

Compreender os fenômenos pode um dia ajudar os cientistas a prever esses eventos, e auxiliar futuras missões espaciais.

A Nasa, a agência espacial americana, aprovou duas missões 'heliofísicas' para explorar o Sol e o sistema que impulsiona o clima espacial próximo à Terra. Compreender a física que impulsiona o vento solar e as explosões solares - incluindo erupções solares e ejeções de massa coronal - pode um dia ajudar os cientistas a prever esses eventos - assim como já se pode prever o clima no planeta -, que podem impactar a tecnologia humana e as futuras missões no espaço.

Nasa aprova missões para compreender vento solar e explosões solares

Juntas, a contribuição da Nasa para a missão Epsilon - com o Extreme Ultraviolet High-Through Spectroscopic Telescope (EUVST), e o Electrojet Zeeman Imaging Explorer (Ezie), as missões permitirão os cientistas a entender Sol e Terra como um sistema interconectado.

Missão EUVST: um estudo aprofundado da atmosfera do Sol

A agência de exploração aeroespacial do Japão (Jaxa) lidera a missão EUVST, e conta com outros parceiros internacionais. Com lançamento previsto para 2026, o EUVST é um telescópio solar que estudará como a atmosfera do Sol libera o vento solar e impulsiona as erupções de material solar. os fenômenos influenciam o ambiente de radiação espacial em todo o Sistema Solar.

O telescópio fará medições abrangentes de espectroscopia de radiação ultravioleta (UV) da atmosfera solar no mais alto nível de detalhes até o momento, o que permitirá aos cientistas descobrir como os diferentes processos magnéticos e de plasma conduzem o aquecimento coronal e a liberação de energia.

A Nasa contribuirá com equipamentos avaliados em US$ 55 milhões, entre eles um detector de UV intensificado, componentes eletrônicos de suporte, e um telescópio-guia, além de outras contribuições.

Missão Ezie: auroras polares em investigação

Já a missão Ezie estudará correntes elétricas na atmosfera da Terra ligando a aurora à magnetosfera da Terra - uma parte do complicado sistema climático espacial da Terra, que responde à atividade solar e outros fatores. O lançamento é previsto para depois de junho de 2024.

A missão é composta por um trio de CubeSats que estudará a origem e as mudanças no 'eletrojato auroral', uma corrente elétrica que circula a atmosfera terrestre entre 95 km e 145 km de altitude, se estendendo até a magnetosfera terrestre. A interação da magnetosfera e do vento solar comprime o lado da magnetosfera voltado para o Sol e arrasta o lado noturno da magnetosfera para o que é chamado de 'cauda magnética'. Os 'eletrojatos aurorais' são produzidos por mudanças na estrutura da 'cauda magnética'.

Os mesmos fenômenos do clima espacial que alimentam as belas auroras polares podem causar interferência com sinais de rádio e comunicação e redes de serviços públicos na superfície da Terra, e danos a espaçonaves em órbita.

O orçamento total da Nasa para a missão Ezie é de US$ 53,3 milhões.

Cientistas em êxtase

Thomas Zurbuchen, administrador associado de ciência na sede da Nasa em Washington, não esconde a euforia pelas novas missões da agência.

Estamos muito satisfeitos em adicionar essas novas missões à crescente frota de satélites que estão estudando nosso sistema Sol-Terra usando uma incrível variedade de ferramentas de observação sem precedentes. Além do meu entusiasmo em selecionar um observatório multiponto pioneiro focado nos 'eletrojatos aurorais', estou particularmente animado para acompanhar o sucesso das missões de ciência solar Yohkoh e Hinode, com outra colaboração internacional com a Jaxa e outros parceiros europeus no EUVST

O diretor da Divisão de Heliofísica na sede da Nasa, Nicky Fox, também está animado com a parceria internacional.

Estamos entusiasmados em trabalhar com nossos parceiros internacionais para responder a algumas de nossas perguntas fundamentais sobre o Sol. As observações do EUVST irão complementar nossas missões atuais para nos dar uma nova visão sobre nossa estrela

Já Peg Luce, vice-diretor da Divisão de Heliofísica, destaca o avanço tecnológico que permitirá o estudo mais aprofundado do clima espacial.

Com essas novas missões, estamos expandindo a forma como estudamos o Sol, o espaço e a Terra como um sistema interconectado. O uso de tecnologia de instrumentos comprovada pela Ezie nas missões CubeSat de ciências da Terra é apenas um exemplo de como o desenvolvimento de ciência e tecnologia na Nasa caminham de mãos dadas entre as disciplinas

O financiamento para essas missões de oportunidade vem do Heliophysics Explorers Program, administrado pelo Explorers Program Office no Centro de Voos Espaciais Goddard da Nasa.

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Sobre o autor: Jornalista profissional (DRT-MA nº 1.139), com ênfase em produção de conteúdo para Web, edição de fotos e vídeos e desenvolvimento de infográficos; com passagem pelas redações do Imirante.com e G1 no Maranhão; e vencedor, por dois anos (2014 e 2015), da etapa estadual do Prêmio Sebrae de Jornalismo, na categoria Webjornalismo. Saiba mais

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