Vazamento em massa expõe número de CPF de milhões de brasileiros, alerta PSafe
Banco de dados vazado contém ainda informações detalhadas sobre 104 milhões de veículos e dados de 40 milhões de empresas.
Na manhã dessa terça-feira, 19, o dfndr lab, laboratório de cibersegurança da PSafe, identificou um provável vazamento de dados em massa que coloca em vulnerabilidade milhões de pessoas: o banco de dados vazado reúne nome completo, data de nascimento e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) de, potencialmente, quase todos brasileiros, incluindo até mesmo grandes autoridades do país.

Emilio Simoni, diretor do dfndr lab, explica os riscos de vazamentos desse tipo.
O mais comum é que os dados sejam utilizados para golpes de phishing, uma vez que o cibercriminoso tenha o CPF e outros dados reais da pessoa, seria fácil se passar por um serviço legítimo e utilizar engenharia social para obter dados mais críticos da vítima, que poderiam ser utilizados para pedir empréstimos, senha de banco e contratações de serviços, por exemplo
Além dos dados de pessoas físicas, também foram expostas informações sobre mais de 104 milhões de veículos, contendo número de chassi, placa do veículo, município, cor, marca, modelo, ano de fabricação, cilindradas e até mesmo o tipo de combustível utilizado. E informações de 40 milhões de empresas, contendo inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), razão social, nome fantasia e data de fundação.
Simoni conta que devido ao alto valor dessas informações para o mercado, os dados têm sido comercializados ilegalmente em fóruns da dark web.
Os cibercriminosos disponibilizam parte das bases para comprovar a veracidade das informações obtidas e tentam de alguma forma lucrar com esses incidentes, vendendo dados mais aprofundados como e-mails, telefones, dados de poder aquisitivo e ocupação das pessoas afetadas
Vale ressaltar que de acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), a partir de agosto de 2021 as penalizações para este tipo de vazamentos poderão ser aplicadas e vão desde sanções administrativas à multas altíssimas, que podem chegar a R$ 50 milhões por infração para as empresas responsáveis.
Pesquisadores seguem investigando como essas informações confidenciais teriam sido obtidas por cibercriminosos. No entanto, até o momento, não existem informações concretas sobre as fontes.
Com informações da PSafe / Foto: Receita Federal (acervo)
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