Infodemia: 3 em 4 latinos sentem-se saturados de informações
É o que revela um estudo da Kaspersky; dar ao cérebro a chance de digerir notícias e desconectar podem ser remédios para infodemia.
Além dos temas envolvendo a pandemia de covid, como higiene das mãos, distanciamento social e vacinação, outro assunto ganhou destaque: a infodemia, uma verdadeira epidemia de informação. O termo não é novo: foi usado pela primeira vez em 2003 pelo jornalista e cientista político David Rothkopf em sua coluna do Washington Post sobre a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), mas seu uso foi renovado e se popularizou.
A infodemia se refere a uma disseminação rápida e amplo alcance de informações precisas e imprecisas sobre um determinado assunto, e, à medida em que fatos, rumores e medos se misturam e se espalham, torna-se difícil compreender até mesmo as informações mais simples sobre o tema. Uma pesquisa encomendada pela Kaspersky ouviu internautas da América Latina sobre o assunto.

O estudo foi realizado de forma on-line pela consultoria de pesquisa de mercado Corpa entre fevereiro e março de 2021, e ouviu usuários de dispositivos móveis (smartphones e tablets) de seis países da região: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru. Foram entrevistados 23,58 mil usuários entre 25 e 65 anos de idade. A amostra foi distribuída em proporções semelhantes entre homens e mulheres e entre grupos etários (20 a 35 anos, 36 a 50 anos e 51 a 65 anos).
Com relação ao consumo de notícias, o estudo A infodemia e os impactos na vida digital conclui que: o Brasil é o país que consome mais notícias e o México, menos; as principais fontes de informações são as redes sociais e telejornais; no Brasil é onde a imprensa mais ajudou a tomar decisões e, na Argentina, onde menos; o Chile foi onde a imprensa mais ajudou os cidadãos a encontrar informações sobre os benefícios sociais - e na Argentina onde menos; e o Brasil é onde a mídia mais ajudou as pessoas a saber sobre o funcionamento dos serviços e a Colômbia onde menos.
Sobre o noticiário sobre a covid, as conclusões são as seguintes: o Chile é o país onde mais afirmaram ter diminuído o consumo de notícias e o Brasil onde menos diminuíram; os motivos mais citados em todos os países para isso foram 'estresse', 'sensação de pessimismo' e 'depressão'; a maioria dos pesquisados sentiram-se saturados pelo excesso de informação, sendo a Colômbia onde isso mais ocorreu e o México onde menos; e os temas que mais saturaram as pessoas nos países pesquisados foram a contagem de infecções/mortes de covid, as notícias sobre prevenção do vírus (exceto no Chile) e os noticiários locais.

Sobre informação falsa, o estudo revela que: uma parte importante dos pesquisados não sabe a origem do vírus; um número significativo dos entrevistados acha que o vírus foi criado em laboratório; a maioria não sabe o que é deepfake, sendo a Colômbia onde mais se sabe sobre o tema e o Peru onde menos; no Chile, México e Argentina, a maioria baixa as informações ao compartilhar uma notícia falsa.
Em relação à cibersegurança e o compartilhamento de informações, a pesquisa conclui: a maioria das pessoas está preocupada com a sua segurança online, sendo os peruanos os mais preocupados e as argentinos os menos; em todos os países pesquisados, os temas de segurança online mais relevantes são a proteção do dispositivo, a proteção de aplicativos/softwares e a segurança de redes sociais; em quatro dos países pesquisados, o excesso de notícias não teve impacto sobre o desempenho no trabalho - porém, nos outros dois as respostas mostraram que as pessoas passaram a dedicar mais tempo ao trabalho como um meio de escape.
E sobre informação e segurança no trabalho, o estudo chegou aos seguintes resultados: exceto no Brasil, a maioria das pessoas compartilham notícias com os colegas de trabalho; entre aqueles com afirmaram compartilhar notícia no ambiente de trabalho, o fazem um ou dois dias por semana - no Brasil é onde a maioria das pessoas que compartilham notícias no trabalho o fazem todos os dias e o México onde menos; links de sites é o formato em que as notícias são mais compartilhadas na maioria dos países; aplicativos como WhatsApp são os mais usados em todos os países para compartilhar notícia; a maioria afirma ainda usar os dispositivos corporativos para acessar e compartilhar notícias; e a maioria afirma não baixar aplicativos ou software em dispositivos corporativos.
Com informações da Kaspersky
Gostou do conteúdo do Blog do Maurício Araya? Leia outros destaques. Contribua com o debate, deixe seu comentário.
Siga as atualizações por meio dos canais no WhatsApp e Telegram; Google Notícias; e perfis nas redes sociais Threads, Bluesky, Mastodon, Tumblr, Facebook, Instagram, Pinterest e LinkedIn.