Filtros em redes sociais podem afetar percepção da própria aparência
Professora do curso de psicologia da Anhanguera explica como padrão estético pode influenciar a autoestima.
Os resultados das fotos e vídeos na tela do celular não são os mesmos que se vê no reflexo do espelho. Com o acúmulo de recursos para alterar a imagem nas redes sociais, a autoestima dos usuários pode ser prejudicada.
Em uma pesquisa realizada, em 2021, por uma marca de produtos de higiene pessoal, cerca de 84% das brasileiras usam filtros para mudar a aparência e 80% deixam de sair para socializar com amigos e familiares preocupadas com a própria beleza.

Como explica a professora do curso de psicologia da Faculdade Anhanguera, Claudia Santos da Silva Pereira, a insatisfação com o corpo ou com os traços do rosto não é exclusividade do público feminino e, se não tratada, pode evoluir para problemas emocionais.
"Ver sua imagem, mesmo que temporariamente, dentro de um padrão estético que muitas vezes é inalcançável de forma natural por33 ser proveniente de procedimentos e cirurgias, pode criar inseguranças, comparações e a própria distorção da imagem real", afirma.
A busca pelo padrão estético apresentado na mídia e nas redes sociais pode provocar essa insatisfação. Uma das consequências que a obsessão por defeitos que o indivíduo considera ter na própria aparência é o Transtorno Dismórfico Corporal (TDC) - doença mental que faz com que o paciente examine suas características com frequência e em constante comparação, além de evitar situações sociais ou evitar sair em fotografias.
De acordo com o relatório do Google, o TDC é comum no Brasil, com mais de 150 mil casos registrados por ano. As formas mais frequentes de manifestações desse problema está relacionado a reclamações sobre o peso corporal, porém, as queixas podem ser referentes às qualidades do rosto (tamanho do nariz ou queixo, textura e cor da pele e do cabelo, volume dos lábios, por exemplo) ou ao próprio cheiro, assim como mau hálito e odor dos pés e das axilas.

O diagnóstico deve ser realizado com a ajuda de um profissional qualificado. Em geral, o distúrbio pode estar associado a outras doenças que também precisam ser tratadas, como ansiedade, depressão e, alguns casos, transtornos como a vigorexia, anorexia e a bulimia.
O tratamento consiste em intervenção psicológica, por meio de sessões de terapia com um psicólogo de confiança. Mas, além do diagnóstico específico em relação ao TDC, a própria autoestima do paciente deve ser sempre trabalhada nesse acompanhamento profissional, a fim de evitar comparações e despertar mais autoconfiança.
"É importante o olhar de dentro para fora, no sentido de autoconhecimento. Mesmo a cobrança em relação ao corpo e aparência ser tão cobrada em mulheres por nossa sociedade, é importante que ela enxergue suas habilidades e aptidões além da aparência, tudo que as tornam incríveis e únicas. Quando nos aceitamos, nossa essência nos torna diferentes e nossa saúde mental é preservada", conclui a professora.
Anhanguera/Ideal
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