Cinema indígena em foco no 34º Curta Kinoforum, em agosto

Evento promove filmes de Olinda Tupinambá, Priscila Tapajowara e Takumã Kuikuro; festival internacional vai de 24 de agosto a 3 de setembro.

A produção de cineastas indígenas brasileiros está em foco na 34ª edição Curta Kinoforum - Festival Internacional de Curtas de São Paulo, que ocorre de 24 de agosto a 3 de setembro de 2023, em diversas salas da capital paulista, com entrada gratuita.

Olinda Tupinambá, Priscila Tapajowara e Takumã Kuikuro, três expoentes dessa cinematografia, exibem retrospectivas de suas carreiras na seção Foco do evento, intitulada Questão do Céu e da Terra e composto por 13 curtas. Eles participam também de encontro sobre suas carreiras, agendado para 28 de agosto, às 18h, na Cinemateca Brasileira.

O festival exibe ainda outros 10 títulos dirigidos por indígenas ou sobre os povos originários brasileiros.

No inédito Onde a Floresta Acaba, o diretor Otavio Cury reflete sobre a perda do jornalista britânico Dom Phillips, seu amigo, e revisita a primeira viagem que fizeram à Amazônia e os filmes que realizaram juntos. A designer Alessandra Sampaio, viúva de Dom Phillips, acompanha a projeção e conversa com o público no dia 25 de agosto, às 20h, no CineSesc.

Uma trilogia realizada por cineastas Yanomami traz elogiadas produções que estão fazendo carreira em festivais de cinema do Brasil e do exterior. Yuri U Xëatima Thë - A Pesca Com Timbó e Thuë Pihi Kuuwi - Uma Mulher Pensando são assinados por Edmar Tokorino Yanomami, Roseane Yariana Yanomami e Aida Harika Yanomami. Já Mãri Hi - A Árvore do Sonho tem direção de Morzaniel Ɨramari e foi selecionado para o importante Festival de Documentários de Sheffield, na Inglaterra, e venceu a competição de curtas brasileiros no É Tudo Verdade.

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Ava Mocoi, os Gêmeos, de Vinicius Toro e Luiza Calagian
Reprodução

Nome de destaque entre os realizadores indígenas, Alberto Alvares exibe seu mais recente filme, Nhe‘En-Mongarai / Batismo da Alma, que acompanha ritual em que as crianças ganharão seus nomes guarani. A curta se passa na fronteira entre Brasil e Paraguai, assim como Ava Mocoi, os Gêmeos, de Vinicius Toro e Luiza Calagian, obra vencedora do Grande Prêmio Online Cidade de Oberhausen no Festival de Curtas-Metragens de Oberhausen (Alemanha).

Ator com carreira em filmes internacionais, o indígena amazonense Adanilo conta em Castanho a história de uma jovem argentina que mora na comunidade Cachoeira do Castanho, interior do Amazonas e faz viagens suspeitas.

Duas produções paulistas trazem universos raros em filmes brasileiros. Mborairapé, de Roney Freitas, tem como protagonista um jovem rapper das aldeias indígenas Guarani do Jaraguá, no município de São Paulo. Por sua vez, Tapuia, assinado pelos indígenas Kay Sara e Begê Muniz, é uma produção histórica, na qual uma jovem imigrante italiana vivendo no interior de São Paulo encontra uma indígena escravizada que foi ferida enquanto fugia de dois capangas da fazenda onde era forçada a trabalhar.

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Vãnh gõ tõ Laklãnõ, de Flávia Person, Walderes Coctá Priprá e Barbara Pettres
Reprodução

Vãnh gõ tõ Laklãnõ, produção catarinense dirigida por Flávia Person, Walderes Coctá Priprá e Barbara Pettres, venceu o Prêmio Canal Brasil de Curta-Metragem no É Tudo Verdade ao recuperar a história do povo Laklãnõ/Xokleng, habitante do sul do Brasil.

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Sobre o autor: Maurício Araya é jornalista profissional (DRT-MA nº 1.139), com ênfase em produção de conteúdo para Web, edição de fotos e vídeos e desenvolvimento de infográficos; com passagem pelas redações do Imirante.com e g1 no Maranhão; e vencedor, por dois anos (2014 e 2015), da etapa estadual do Prêmio Sebrae de Jornalismo, na categoria Webjornalismo. Saiba mais

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