Dislexia: identificar origem é fundamental para definir tratamento

Especialista explica que chamado ‘diagnóstico etiológico’ é essencial para definir linhas de tratamento ao distúrbio, que afeta 4% da população.

Tema que preocupa pais, mães, profissionais de saúde e educadores, a dislexia é um transtorno específico de aprendizagem que interfere nas habilidades de leitura e escrita. Dados do Instituto ABCD, organização social dedicada exclusivamente a esse público, indicam que aproximadamente 4% da população brasileira possui o distúrbio, que se manifesta majoritariamente durante a fase de alfabetização.

Mas como tratar? Eis justamente o motivo que preocupa quem tem filhos nessa faixa-etária, assim como os profissionais que lidam com o segmento infantil. Embora o diagnóstico funcional do distúrbio seja evidente, a partir da constatação de dificuldades de leitura, escrita, matemática e soletração, a busca pela origem do problema é o que mais desafia as equipes médicas.

Dislexia: identificar origem é fundamental para definir tratamento; especialista explica que chamado diagnóstico etiológico é essencial para definir linhas de tratamento ao distúrbio, que afeta 4% da população
Cottonbro Studio/Pexels

O diagnóstico etiológico é o que de fato favorece e otimiza as terapias para esses indivíduos. Essa é uma das atribuições que cabe ao médico foniatra, otorrinolaringologista que trabalha com o diagnóstico diferencial entre os distúrbios da comunicação. Ele tem a missão de identificar, do ponto de vista orgânico, alterações na linguagem que possam fundamentar uma conclusão e explicar o quadro, destaca o doutor Gilberto Ferlin, do Hospital Paulista, especializado nesse tipo de atendimento.

O médico explica que, como as habilidades de leitura e escrita não apenas dependem, mas fundamentam-se na linguagem, é essencial o diagnóstico para definir o planejamento das intervenções a serem aplicadas - e ele jamais deve ser postergado.

Quanto mais cedo o diagnóstico for feito, mais rapidamente podemos planejar de maneira assertiva as intervenções necessárias e minimizar as dificuldades acadêmicas e sociais que frequentemente se associam, afirma o especialista.

Entre as medidas geralmente adotadas, segundo o doutor Ferlin, a principal delas é a adequação no método de ensino e a forma de abordagem terapêutica do indivíduo com dificuldade de leitura. Dar preferência a outros meios de avaliação, como provas orais, que não dependem de habilidades de leitura e escrita ou, ainda, oferecer um tempo maior para a realização das tarefas escritas são alguns exemplos.

A habilidade de leitura e escrita é uma forma simbolizada de comunicação. Ou seja, através de símbolos gráficos representamos outras formas de expressão, como a fala, os gestos, os desenhos etc., que, por sua vez, já são representações da realidade do entorno que nos cerca. Por isso, dizemos que as habilidades de leitura e escrita são habilidades externamente elaboradas que dependem fundamentalmente da linguagem. Dessa forma, para o diagnóstico e planejamento terapêutico dos transtornos de aprendizagem, são trabalhadas as habilidades linguísticas, comuns a outras formas de comunicação humana, enfatiza o médico.

Blog do Maurício Araya

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Sobre o autor: Maurício Araya é jornalista profissional (DRT-MA nº 1.139), com ênfase em produção de conteúdo para Web, edição de fotos e vídeos e desenvolvimento de infográficos; com passagem pelas redações do Imirante.com e g1 no Maranhão; e vencedor, por dois anos (2014 e 2015), da etapa estadual do Prêmio Sebrae de Jornalismo, na categoria Webjornalismo. Saiba mais

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