Voz é tema da nova edição do festival Território Corpo, em São Luís
Em sua quarta edição, festival do Centro Cultural Vale Maranhão trará produções cênicas locais e nacionais.
A voz define territórios, fronteiras, espaços habitados, símbolos. Materializa a linguagem, em movimento, como técnica para o discurso. A voz é o centro da nova edição do festival Território Corpo, programa do Centro Cultural Vale Maranhão (CCVM) que promove, todos os anos, discussões sobre a expressão artística fruto das interações entre corpo, arte e sociedade, por meio de diversas visões e subjetividades.
Com uma programação composta por espetáculos, performances, oficinas e cenas curtas, o Território Corpo Voz ocorre de 7 a 18 de novembro, com curadoria de Calu Zabel e Abimaelson Santos.
Para edição de 2023, o Território Corpo lança um olhar sobre discursos, narrativas e formas que o corpo tem de dizer e de colocar no mundo as presenças, as urgências e os desejos de se expressar, com foco na voz. O que pode o corpo? A imagem? O silêncio? O grito? Aonde a voz chega? O que reverbera e ecoa? São reflexões que buscamos com a programação diversificada que montamos, cumprindo um dos principais objetivos do Território Corpo, que é realizar essa troca de conhecimento e experiências entre artistas com carreiras estabelecidas e jovens maranhenses que começam a trilhar um caminho na cena local
, explica Calu Zabel.
Espetáculo vencedor do Prêmio Shell de Teatro na programação
O espetáculo Sem Palavras, da Companhia Brasileira de Teatro, é uma das atrações do Território Corpo Voz. Com direção e texto de Marcio Abreu, Sem Palavras flagra os deslocamentos e travessias que ocorrem durante um dia ao redor de um apartamento. Oito pessoas de diferentes corpos, imagens sociais, referências, histórias de vida e mundos imaginados passam por ali e são a base para reflexões sobre a palavra e também sua ausência, já que o espetáculo aposta em visualidades que comunicam ao público sem uso da linguagem textual. O espetáculo foi ganhador dos Prêmios APTR e Shell de Teatro 2023 na categoria Melhor Dramaturgia e será apresentado no Teatro Arthur Azevedo na sexta-feira, 17 de novembro.

Unem-se à Companhia Brasileira de Teatro na programação os atores Áurea Maranhão, com a performance Argila, e Fábio Osório Monteiro, com Bola de Fogo. Com 25 anos de carreira, Fábio Osório desenvolve trabalhos com suporte na emoção, humor, fé e política. Indicado ao 33° Prêmio Shell de Teatro na categoria Melhor Ator (2023), Osório é um artista interessado em pensar o corpo negro na cena e carrega Salvador, sua cidade natal, em sua bagagem cênica. Atuante em diferentes linguagens artísticas, também é dançarino, produtor e baiana de acarajé.
Alunos de Teatro da UFMA apresentam cenas curtas
A novidade deste ano fica por conta da apresentação de 10 cenas curtas, a maioria delas protagonizadas por alunos do curso de Teatro da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Ter uma parte da programação dedicada às cenas de alguns alunos de Teatro demonstra a importância de criar um espaço de qualidade para novos artistas, estreitando a relação entre academia e uma instituição cultural, e como isso enriquece tanto o aprendizado dos estudantes quanto a diversidade artística do evento
, afirma Abimaelson Santos, professor de Teatro da UFMA, diretor teatral e curador do Território Corpo Voz.
As apresentações de cenas curtas serão seguidas de bate-papos com artistas maranhenses com carreiras já consolidadas, como Gisele Vasconcelos e Leônidas Portela. Os temas das cenas passeiam por questões ligadas à pressão estética em corpos gordos, feminismo, luto, cultura popular maranhense e vivências afro.
Oficinas com práticas relacionadas à voz e ao corpo em diferentes linguagens artísticas
Ao longo das duas semanas de programação, o Território Corpo Voz oferecerá oito oficinas ao público, destinadas ao trabalho de corpo e voz nos campos do teatro, da dança e do canto. A atriz Larissa Ferreira ministrará a oficina A Voz do Coro, utilizando metodologias para preparação do corpo e da voz com base em sua experiência como brincante de cultura popular maranhense. Outro destaque será a oficina Práticas do Invisível, com a dupla Beatriz Sano e Eduardo Fukushima, que introduzirá os princípios das práticas asiáticas e sua relação com caminhos de criação do movimento.
A oficina Contar Histórias: A Arte da Memória, com Gisele Vasconcelos, trabalhará a memória e a tradição como fonte de inspiração para contadores de histórias, a partir da oralidade, no verso e na prosa. O canto será estudado na oficina Música, Voz e Cena, com o educador musical Paulo Cardoso introduzindo técnicas vocais em grupo, percepções auditivas, exercícios de respiração e interpretação de canções.
Toda a programação é gratuita. O CCVM fica localizado na rua Direita, nº 149, Centro Histórico de São Luís.
Programação completa do Território Corpo Voz
Oficinas
7 e 8 de novembro
- 10h às 13h - Contar Histórias: a Arte da Memória - Gisele Vasconcelos;
- 15h às 18h - Abraço Sonoro - Áurea Maranhão.
9 e 10 de novembro
- 10h às 13h - Práticas do invisível: encontro entre práticas asiáticas e criação em dança - Beatriz Sano e Eduardo Fukushima;
- 14h às 17h - O corpo da voz - Tiago Fortes.
11 de novembro
- 14h às 18h - Música, Voz e Cena - Paulo Cardoso.
14 e 16 de novembro
- 10h às 13h - Palavra-Corpo - Key Sawao e Fábio Osório Monteiro;
- 14h às 17h - Dramaturgia, Performance e Processos Criativos - Marcio Abreu.
18 de novembro
- 10h às 13h - A voz do Coro Brincante - Larissa Ferreira.
Cenas curtas
7 de novembro
- 19h - Palavra Não Dita - Aline Coutinho;
- 19h20 - Violas - Cia. Chão de Cozinha;
- Após as cenas, bate-papo com mediação de Gisele Vasconcelos.
8 de novembro
- 19h - Lânguido - Dudu Gehlen;
- 19h20 - Por Debaixo Da Careta De Cazumba - Lara Moura;
- 19h40 - Fúria de Medeias - Sofia Cartágenes e Mateus Max;
- Após as cenas, bate-papo com mediação de Leônidas Portella.
9 de novembro
- 19h - Tempo Corpóreo - Caio Quimera;
- 19h20 - Mergulhar no Mistério, Cavar Espaços, Rachar a Pedra: uma desmontagem cênica a partir da voz - Thibério Azevedo;
- Após as cenas, bate-papo com mediação de Tiago Fortes.
10 de novembro
- 19h - Insaciável - Tamia Machado e Gael Cardoso;
- 19h20 - Soneto Bruto - Wiliam Euller;
- Após as cenas, bate-papo com mediação de Abimaelson Santos.
18 de novembro
- 16h - Árvore Mangueira - Cena Aberta.
Performances e espetáculos
11 de novembro
- 19h - O que mancha - Beatriz Sano e Eduardo Fukushima.
14 de novembro
- 19h - Argila - Áurea Maranhão.
16 de novembro
- 19h - Bola de Fogo - Fábio Osório Monteiro.
17 de novembro
- 20h - Sem palavras - Companhia Brasileira de Teatro (Local: Teatro Arthur Azevedo);
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